Para que serve a vitamina C tradicional?
O ácido ascórbico, conhecido popularmente como vitamina C natural ou tradicional, é a mais famosa e consumida de todas as vitaminas. Originalmente desempenhou um forte papel no combate ao escorbuto, a vitamina C mostrou sua importância em diversas funções e processos no organismo. Uma dessas funções é proteger as paredes dos vasos sanguíneos, produzir colágeno que ajuda a manter a pele saudável, auxiliar a metabolizar o ferro, fortalecer o sistema imunológico, dentre outras muitas possibilidades. Essa molécula também possui propriedades antioxidantes, o que faz com que ela seja capaz de nos proteger contra radicais livres que são conhecidos por bagunçar a estrutura das células, podendo até mesmo danificar o DNA.
Apesar de outros mamíferos serem capazes de sintetizar a sua própria vitamina C, isso não é observado nos humanos (e nos primatas em geral), isso significa que precisamos encontrar essa vitamina em alimentos. A dose diária recomendada é 110mg por dia para adultos.
Essa vitamina é encontrada em vegetais, frutas e ervas, alguns exemplos são: groselha, pimenta vermelha, kiwi, morango e salsa. Sendo que apresentam quantidade ainda maior em certas frutas e bagas encontradas na África e na América do Sul. Contudo, a vitamina C é uma molécula muito frágil e altamente sensível a condições ambientais como temperatura, ar ou luz. Isso quer dizer que uma quantidade significativa da vitamina se perde no armazenamento ou cozimento de frutas e legumes. Para conseguir atingir a dose diária recomendada, algumas pessoas tomam complementos multivitamínicos e outros suplementos de vitamina C em conjunto com os alimentos onde pode-se encontrar essa molécula. Geralmente, esses complementos estão disponíveis em várias formas (comprimidos, cápsulas, líquidos) e doses diferentes para facilitar a digestão.
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Efeitos da vitamina C tradicional
Alguns estudos objetivaram avaliar os efeitos de altas doses de vitamina C tradicional, medindo sua taxa de concentração no plasma. Encontrou-se que a ingestão de grandes doses da vitamina C, superiores a 100 mg, não significa que resultaria em uma concentração mais alta no plasma, mas leva a uma concentração limiar. Ou seja, ingerir alta quantidade de vitamina C tradicional não é sinônimo de ter mais vitamina no sangue e no organismo. Isso pode ser explicado pelas quantidades limitadas de vitamina C capazes de serem absorvidas pelo intestino em um determinado período de tempo para redistribuir para o resto do corpo, o que chamamos de tolerância intestinal. O excesso da vitamina C que não é absorvida pelo intestino é eliminada pela urina e, em menor grau, através das fezes. Deve-se ressaltar que, embora a vitamina C não seja tóxica, sua ingestão em doses muito altas pode causar diarréia e outros problemas digestivos,.
Alternativas aos complementos orais de vitamina C
O intestino tem o papel de uma barreira que atua regulando a concentração de vitamina C no sangue e limitando a eficiência da vitamina C tradicional. Pode-se contornar essa barreira ao injetar vitamina C diretamente no sangue, injeção intravenosa. Dessa forma, é possível atingir concentrações no plasma muitas vezes maiores que em comparação com a utilização dos complementos orais. No entanto, a vitamina C injetada ainda é rapidamente eliminada da corrente sanguínea. Isso pode ocorrer por sua distribuição no corpo humano ser limitada no tempo e uma ou várias injeções podem ser necessárias a cada dia. Aliado a isso, existe a degradação natural da vitamina C no sangue como um fator importante, seja pela oxidação ou pela ação de sucos gástricos, esse é outro fator responsável por reduzir a eficiência da vitamina C. Por último, salienta-se que a injeção diária ou injeções de vitamina C é altamente inconveniente e não tem sua adaptada para uma aplicação de suplemento alimentar.
Em resumo, a vitamina C deve chegar ao corpo de modo que:
• Seja protegida da degradação;
• Seja capaz de superar a tolerância intestinal;
• Possa garantir que a alta concentração de vitamina C seja entregue no corpo todo e por um longo período de tempo.
Para atender a esses requisitos uma possibilidade é o encapsulamento da vitamina C em lipossomos, conhecida como vitamina C lipossomal. Os lipossomas são vesículas que estabilizam e protegem a vitamina e posteriormente transportam a mesma para as células. Os lipossomas foram inicialmente utilizados como uma forma de fornecer compostos anticancerígenos e outras moléculas usadas para tratar várias doenças e enfermidades. Desde então, os lipossomas são empregados em vários campos, como a indústria de alimentos ou cosméticos, por exemplo, para estabilizar ferro e outros nutrientes no leite.
Lipossomas: uma melhoria
Lipossomas são vesículas que consistem em uma dupla camada de lipídios, isso significa que eles agem como “bolhas” feitas de lipídios. Seu papel inicial foi servir de modelo para a membrana celular ao se testar os efeitos de drogas durante a década de 1960, rapidamente os lipossomos mostraram ser importantes alternativas para fornecer substâncias ativas às células e enzimas. Eles passaram a ser utilizadas na indústria de alimentos, onde tem chamado cada vez mais atenção de estudos científicos.
A estrutura de um lipossoma é constituído por um núcleo aquoso envolto em duas camadas lipídicas. Essas moléculas são constituídas por:
• Uma “cabeça” que tende a se aproximar da água, afinidade pela água ou hidrofilia;
• Uma “cauda” que tende a distanciar-se da água, hidrofobia.
Isso faz com que assim que entrem em contato com a água, eles se organizem de forma a aproximar a cabeça hidrofílica da água e afastar a cauda hidrofóbica. Isso resulta na formação de uma bicamada, na parte de dentro ficam a parte hidrofóbica. Então, a estrutura se fecha e aprisiona um compartimento interno – ou núcleo – onde são transportados os compostos hidrossolúveis.
O tamanho dos lipossomas e sua estrutura, podem ser controlados pelo tipo de lipídeo que compõe a vesícula, bem como pelo método de fabricação.
A digestão dos lipídios ocorre fundamentalmente no intestino delgado, isso faz com que os lipídios sejam menos afetados quando passam pelo estômago e sofrem a ação de sucos e enzimas gástricas. Apesar de algumas vesículas perderem a integridade e liberarem seu conteúdo, outros lipossomas são absorvidos pelo intestino e levados ao sangue.
O encapsulamento dos lipossomas faz com que seja possível fornecer uma dose mais alta de moléculas diretamente nas células. Os lipossomos oferecem uma disponibilidade mais duradoura das moléculas da vitamina no organismo. A resistência ao ambiente gastrointestinal dos lipossomas faz com que eles sejam capazes de circular por um período prolongado de tempo no sangue antes da excreção pelos rins. Os tratamentos que surgem com os lipossomas são eficientes por longos períodos de tempo, isso pode ser regulado pelo tamanho dos lipossomos, pelo tipo de lipídio que forma sua membrana ou pela adição de outras moléculas diretamente na membrana. A adição de novas moléculas ajuda a desenvolver maior resistência nas vesículas com relação à ação das enzimas.
As vantagens da vitamina C lipossômica
Ao encapsular nutrientes nos lipossomas adiquirisse uma vantagem com relação à biodisponibilidade da vitamina, o que garante que a maioria dos nutrientes consiga chegar às células que deveriam para que seja possível um tratamento ideal. A vitamina C que se beneficia desse encapsulamento é conhecida como vitamina C lipossômica, uma das vantagens é que a natureza hidrofílica dessas moléculas facilita a dissolução da vitamina C dentro do núcleo aquoso dos lipossomos.
Algumas outras das várias vantagens que a vitamina C lipossômica oferece em comparação com a vitamina C tradicional são:
• Proteção da degradação durante a passagem pelo trato gastrointestinal, criado pela membrana dupla (bicamada);
• Não haver necessidade de corante ou conservante;
• Superam a tolerância intestinal e o limite de concentração de vitamina C no sangue;
• Não apresentar distúrbios digestivos;
• Melhor distribuição e concentração de vitamina C no corpo todo;
• Absorção aprimorada pelas células devido à similaridade entre as células e a membrana lipossômica;
• Ação aprimorada da vitamina C;
Sendo assim, a vitamina C lipossômica é considerada como a estratégia mais eficiente para alcançar a absorção diária recomendada de vitamina C. O encapsulamento nos lipossomas supera a maioria dos desafios que a vitamina C tradicional tem que enfrentar. Adverte-se que apesar disso, a qualidade dos lipossomos deve ser avaliada: é fácil encontrar tutoriais com o objetivo de ensinar as pessoas a prepararem os lipossomos. No entanto, estes tutoriais não garantem o tamanho ou mesmo a formação de lipossomas, muito menos a sua eficiência.
Para que os lipossomas tenham eficácia, somente matérias-primas da mais alta qualidade devem ser usadas. Além disso, o tamanho do lipossoma deve obedecer a padrões específicos e suas características devem ser validadas por testes independentes. Somente confiando em produtos da mais alta qualidade, você pode se beneficiar das vantagens deste método revolucionário de encapsulamento.
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