O nome telomerase vem do grego – significa “parte final”, exatamente o que são os telômeros: as extremidades dos cromossomos, como aquelas pontas de plástico dos cadarços do tênis. Eles são partes do DNA muito repetitivas e não codificantes – sua função principal é proteger o material genético que o cromossomo transporta.
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Na medida em que nossas células se dividem para se multiplicar e para regenerar os tecidos e órgãos do corpo, a longitude dos telômeros vai se reduzindo e, por isso, com o passar do tempo, eles vão ficando mais curtos.
Sem telomerase, as novas fitas cromossômicas produzidas são um pouco mais curtas a cada divisão celular. Após certo número de divisões, o encurtamento dos telômeros é de tal ordem que desencadeia mecanismos que culminam com a morte celular.
Em palavras mais simples: na ausência da atuação da telomerase, o comprimento dos telômeros limita o número de divisões celulares possíveis. A cada divisão, os telômeros se encurtam e, por isso, há um limite para o número de divisões possíveis.
As células germinativas têm telomerase ativa. Assim, o zigoto de um descendente tem seus telômeros no comprimento máximo. Algumas células somáticas, como as células-tronco da pele e da medula óssea, mantêm telomerase ativa por toda a vida do indivíduo.
Em muitas células somáticas, contundo, a telomerase não se expressa; Fibroblastos humanos (células existente nos tecidos conjuntivos) cultivado in vitro dividem-se cerca de 15 a 50 vezes e então morrem.
Na maioria dos tipos de câncer, verifica-se que as células readquiriram telomerase ativa, o que possibilita que sofram muitas divisões celulares e, mesmo assim, permaneçam vivas.
Linhagens de células extraídas de tumores podem ser cultivadas in vitro indefinidamente, multiplicando-se ativamente, desde que as condições do meio sejam adequadas. (É importante salientar que a retomada da atividade da telomerase não é, por si só, responsável pelo câncer. O aparecimento dessa doença é um evento de múltiplas etapas).
A descoberta da telomerase na década de 1980, decorrente de estudos feito por Elizabeth Blackburn, Carol Greider e Jack Szotak, ganhadores do Nobel de Medicina 2009, suscitou muitas novas linhas de pesquisa científica.
Entre elas estão a tentativa de esclarecer que aspectos da senescência estão relacionados ao encurtamento dos telômeros e a busca de meios para inativar a produção e/ou a atuação da telomerase em células cancerosas, o que poderia significar a cura da doença.
Mas conter o envelhecimento de células não necessariamente tem como consequência um efeito anti-idade em todo o corpo.
Segundo a médica Carmen Martin-Ruiz, pesquisadora sobre envelhecimento do Instituto de Neurociência da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, o tamanho dos telômeros de uma pessoa pode determinar o quão “forte” ela é biologicamente.
“Quando uma pessoa tem os telômeros mais longos, é porque ela tem mecanismos metabólicos que o protegem”, disse a especialista à BBC.
“É como se o seu corpo tivesse sistemas de defesa melhores”, explicou.
Mas um dos problemas atuais das pesquisas científicas neste campo, segundo a especialista, é que não existe um método padrão e universal para medir os telômeros.
Tanto a ansiedade como a depressão estão ligadas a telômeros mais curtos. E, quanto mais severas elas são, mais curtos são os telômeros.
Essas condições extremas do estado emocional têm um efeito no maquinário de envelhecimento das células, que envolve os telômeros, a mitocôndria [organela celular] e processos inflamatórios. Doenças do coração, pressão alta, diabetes, todos esses problemas de saúde tendem a aparecer mais cedo e mais rapidamente em pessoas ansiosas ou deprimidas.
A ansiedade é um tema relativamente recente no campo de pesquisas sobre os telômeros. Sabemos que pessoas que vivenciam a aflição de um transtorno de ansiedade tendem a apresentar telômeros significativamente mais curtos.
Quanto mais tempo a ansiedade persiste, mais curtos ficam essas estruturas. Mas, a partir do momento em que a ansiedade é resolvida e a pessoa se sente melhor, os telômeros eventualmente retornam ao seu comprimento normal. Esse é um importante argumento a favor da identificação e do tratamento da ansiedade.
O tratamento com o esteroide danazol – um hormônio masculino sintético – foi testado durante dois anos em 27 pacientes com mutação no gene da telomerase e que sofriam de anemia aplástica.
Alguns também sofriam de fibrose pulmonar, doença caracterizada pela substituição do tecido funcional do pulmão por tecido cicatricial.
Um telômero de um adulto sadio tem em média de 7 mil a 9 mil pares de bases. Um indivíduo normal perde em média, por ano, entre 50 e 60 pares de bases; um paciente com deficiência da telomerase pode perder de 100 a 300 pares de bases por ano.
No entanto, os pacientes que receberam danazol apresentaram após dois anos um alongamento médio de 386 pares de bases nos telômeros.
Além disso, a massa de hemoglobina passou de 9 gramas por decilitro para 11 g/dL, em média. Uma pessoa sem anemia costuma ter entre 12g/dL e 16g/dL, mas a melhora observada foi suficiente para tornar os pacientes independentes de transfusão sanguínea.
Nos portadores de fibrose pulmonar o quadro degenerativo parou de evoluir – o que é um grande avanço por se tratar de doença para a qual não há tratamento.
Após o término do protocolo, a medicação foi interrompida e notamos uma queda nas contagens. Vários pacientes voltaram a tomar a medicação, mas agora em doses menores, ajustadas individualmente para minimizar os efeitos colaterais.
Como outros esteroides anabolizantes, o danazol pode ser tóxico para o fígado, causar atrofia testicular, no caso dos homens, e uma certa masculinização, no caso das mulheres. Alguns pacientes que inicialmente integravam o estudo desistiram ao longo do processo por desconfortos como câimbra e inchaço.
Embora os resultados do estudo indiquem ser possível reverter com o uso de drogas um dos fatores biológicos do envelhecimento, ainda não está claro se, em pessoas saudáveis, os benefícios do tratamento superariam os riscos, principalmente se o uso de hormônios sexuais estiver envolvido.
Isso precisaria ser estudado dentro de um protocolo de pesquisa. Por exemplo, no caso da reposição hormonal pós-menopausa, há uma série de benefícios: manutenção da massa óssea, da libido, da saúde cardiovascular. Por outro lado, há um risco aumentado de câncer de mama. Hoje esse tratamento não é mais recomendado de forma indiscriminada.
Na avaliação do pesquisador, é possível que alguns grupos de pessoas – como pacientes submetidos à quimioterapia e radioterapia – possam se beneficiar no futuro de drogas capazes de estimular a telomerase.
Tratamentos contra o câncer costumam acelerar o envelhecimento celular e, talvez, isso possa ser revertido com o estímulo da telomerase.
Por outro lado, alongar demasiadamente os telômeros pode facilitar o desenvolvimento de câncer, pois favorece a proliferação celular. Tudo isso ainda terá de ser investigado.
A telomerase é uma das chaves para os vários tipos de câncer existentes, como você pôde perceber vários ensaios clínicos e testes foram realizados ao longo dos anos, todos com a finalidade de retardar não somente o câncer como também diversos tipos de doenças que podem acometer o organismo humano.
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